Desenhos matéricos

Laboratório criativo  de ensamblagem com restos de produção industrial.


Cassa Das caldeiras /2021

Casa Viva Piracaia /2022

Durante este processo, iniciei uma nova fase de estudos sobre economia circular, cuidando de cada resíduo-vestígio proveniente da tecnoesfera como o nutriente de um outro processo técnico.

Todos os materiais envolvidos são de reuso, os modos de fixar e juntar as peças foram desenhados com a seguinte pergunta: E depois?

E depois de ser uma obra de arte? 

Porque uma obra de arte também acaba, como tudo, mas o devir material na terra continua.

Concepção

“Um fotógrafo-artista me disse uma vez: veja que o pingo de sol no couro de um lagarto é para nós mais importante do que o sol inteiro no corpo do mar. Falou mais: que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balança nem com barômetro etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.”
Manoel de Barros

“Sempre fui encantado por pequenos-grandes achados, numa rua, numa oficina, ou sobras do fazer no ateliê, que ganham nesse olhar uma nova realidade. 
É uma maneira que um devir criança encontrou para organizar esse encantamento.”

Leo Ceolin

Texto do curador da mostra na Casa das Caldeiras

Os pequenos objetos que compõem a exposição Desenhos Matéricos encantam por sua simplicidade. Com gestos despretensiosos, o artista busca apresentar uma linguagem capaz de revelar a beleza de materiais e resíduos industriais, nos convidando a perceber a plástica dessa materialidade em suas formas ‘quase’ brutas. 

O gesto artístico escolhido, flertando com a escultura e o design, acaba por configurar uma espécie nova de linguagem — o desenho matérico — que vai sendo composta por meio de técnicas de desenho e colagem que surgem no interior de uma oficina de serralheria e marcenaria. Uma descoberta que só pode surgir a partir do cotidiano do próprio artista, na relação produzida entre seu corpo manufatureiro e os materiais e ferramentas existentes em seu ateliê.

A série de desenhos é resultado de uma investigação em que o gesto desenhado, produtor de texturas e relações cromáticas, é produzido muito mais pela aproximação entre os fragmentos materiais e seus suportes do que pela busca concreta de uma imagem definitiva, como aconteceria em uma pintura realista ou em um registro fotográfico.

Flávio Tonnetti

Abordagem para uma economia circular

1_ O resíduo como nutriente 

Sobre a oficina Desenhos matericos 

Esta oficina acompanha a exposição Desenhos matéricos, como uma ação de mapeamento e divulgação para práticas de economia circular, nesta prática vemos cada fragmento ou resíduo como uma oportunidade ou nutriente de um outro processo, neste caso a construção de um objeto-imagem.

Também abordamos o tema da saúde dos processos construtivos, neste caso usando processos de fixação que permitam a desmontagem do objeto no final da sua vida útil.

Formato da Oficina

Encontro Presencial com duração de 3 hs

  1. Na primeira primeira parte da oficina (1 hora) acontece uma introdução com exercícios de integração:
    1. Uma introdução a conceitos da economia circular a partir dos materiais do cotidiano.
    2. Uma introdução de referências e contextualização histórica desse tipo de práticas artísticas. 
  2. Na segunda parte (2 horas) se desenvolve a prática criativa e executiva dos desenhos matéricos.

Resultados da Oficina Desenhos Matéricos

É uma oficina de criatividade, onde disponibilizo um acervo de fragmentos que venho juntando há muito tempo para brincar e co-criar.

O jogo deste encontro consiste em criar imagens/acasos produzidos, muito mais pela aproximação entre os fragmentos materiais, do que pela busca concreta de uma imagem definitiva.

Seguem alguns do desenhos matéricos produzidos durante as oficinas.